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sexta-feira, 25 de junho de 2010

Filtro externo caseiro

Charles Dias
Muitos problemas em um aquário, de qualquer tamanho, pode ser evitado com um bom e eficiente sistema de filtragem. Digo isso porque já passei por isso. Tive problemas sérios com alguns aquário, que sempre tinham aquela cor amarelo "chá-mate", caracterísco de filtragem insuficiente.
Sempre usei o FBF (filtro biológico de fundo, aquelas placas sob o cascalho) e acho que para aquários de até 70 ou 80 litros eles são ótimo, mesmo porque ajudam na formação do substrato para as plantas e é um ótimo local de hospedagem de colônias de bactérias nitrificantes, mas sozinho não adianta, tem de trabalhar em conjunto com outro tipo de filtro.
Essa idéia partiu quando comecei a ter problemas com um aquário de 60 litros recém montado. Tinha colocado bastante plantas e um belo galho de aroeira. Antes já tinha utilizado pequenos filtros de lã+carvão ativado, que ficavam dentro do aquário e funcionavam com um compressorzinho de ar normal. Nesse caso não havia espaço suficiente para um desses filtros. Então fui atrás de um filtro externo, que descobrí não serem muito baratos, e como estava sem grana na época tive de inventar.
Esse filtro pode ser usado para qualquer tamanho de aquário e sua capacidade de filtragem está diretamente ligada ao seu tamanho e a potência da bomba usada. Olha a lista de materiais:
- Tubo de PVC (o tamanho e diâmetro depende do tamanho do seu aquário. Para um esse aquário de 60 litros, usei um tubo de 3 polegadas);

- Dois terminais "de colar" para esse tubo (são tampões para a ponta que vedarão as pontas do tubo. Prefiro os de colar porque são mais fácei de serem manuseados);

- Silicone para aquário (certifique-se se pode ser usado em aquários, senão pode ter substâncias fungicidas que são venenosas para os peixes);

- Uma bomba submersa que tenha uma vazão/hora de pelo menos quatro vezes o volume de água do aquário (para esse aquário uso uma bomba Sarlo - recomendo essa marca ou a Better - de 200 litros/hora);

- 1 metro de cano de borracha transparente de jardim com um diâmetro que se encaixe na saída de água da bomba submersa, daquelas bem moles e de paredes finas (Esse filtro não pode ficar muito longe do aquário, por conta da perda de potência da bomba. Calculei 50 cm para entrada da água e o mesmo para a volta, o suficiente para se adaptar a bomba ao tampão do aquário);

- 1 braçadeira de plástico (para prender a ponta da mangueira na saída da bomba. Tem de ser de plástico para evitar a ferrugem);

- Lã de filtragem;

- Carvão ativado;

- Fio de Nylon.
Olha um esqueminha da idéia do filtro:
Agora vamos a montagem:
• Primeiro, com um bombril limpe muito bem todo o cano e os tampões (interna e externamente) e depois lave somente com água, bastante água e deixe secar completamente.
• Corte um pedaço de lã de filtragem do comprimento do cano e de uma largura que permita que enrolando-a, ela ocupe aproximadamente 2/3 do cano.
• Estenda a lã sobre uma mesa e espalhe o carvão ativado sobre ela e enrole (como um rocambole) e prenda-a com fio de nylon.
• Coloque esse filtro enrolado dentro do cano.
• Faça um furo do tamanho da mangueira nos tampões. Mas faça um furo que seja até um pouquinho menor que a mangueira, de forma que ela se encaixe firmente no buraco.
• Passe a mangueira pelo buraco e deixe uma ponta para dentro do tampão, de forma a não impedir o encaixe com o cano com o filtro dentro.
• Agora cole a mangueira junto ao orifício, por dentro e por fora, com uma boa quantidade de silicone e deixe secar. Use uma moeda para dar acabamento ao silicone.
• Está quase pronto. Agora encaixe os tampões no cano e cole as junções com silicone. Deixe secar.
Agora encaixe uma das pontas da mangueira na saída de água da bomba submersa e prenda firmemente com a braçadeira de plástico.
Quanto a localização do filtro, sugiro que ela fique presa sob o tampão de madeira do aquário. Prenda-a atrás do aquário, mas nunca mais baixo que a metade da altura. (Claro que você deve cortar a mangueira para que seu tamanho se ajuste a sua posição de fixação).
Pronto, você tem um ótimo filtro de carvão ativado trabalhando em conjunto com um FBF e o melhor, por um preço bem menor que o de um sistema de filtragem externo de boa qualidade.

Tuberculose pisciária

Tuberculose pisciária

Foto: Gummifreun.de

Agente etiológico: Myxosoma cerebralis
Fisiopatologia: A transmissão se produz pela ingestão de esporos, presentes num portador (Tubifex). O parasita invade a cartilagem do peixe, produzindo necrose e deformidade. O peixe apresenta, durante a primeira fase da doença, movimentos rotatórios ao nadar, em seguida começa a emagrecer na parte superior do corpo, logo após a cabeça. Nesta fase, o peixe emagrece bastante.Apresenta, ainda, coloração escura na parte caudal.
Doença pouco comum em peixes de aquário, sendo comum em salmonídeos.


Foto: Muggel Online.de

Tratamento: Não há cura atualmente.

Fontes :
Dr.Rodrigo Mabília
AquariOnline
El Aquarista

Chondrococcus (Limo dos peixes)

Chondrococcus (Limo dos peixes)

Foto: Zerberus Online.de

Agente etiológico: Chondrococcus columnaris
Fisiopatologia: Aparecimento no corpo de uma crosta aparentando limo ou mofo, por vezes atacando também a boca. Peixes habituados a água de temperatura relativamente baixa, quando transferidos para águas de temperatura mais alta são suscetíveis à doença. Além da formação de uma espécie de limo no corpo do peixe, manchas branco-azuladas se fazem presentes. Nesta fase a nadadeira caudal aparece carcomida, bem como as demais. O peixe perde seus movimentos, boqueja e morre ao cabo de alguns dias, se não for convenientemente tratado. Em algumas espécies há o aparecimento do anel hiperêmico( super abundância de sangue) na cauda e às vezes ao redor dos olhos. Os tremores característicos aparecem antes da doença estar em último estágio. A doença geralmente tem início numa ferida. Assim, peixes transportados ou colocados em recipientes pequenos e inadequados têm maiores probabilidades de adquirir a doença. Os que são retirados em redes ásperas, geralmente, apresentam feridas na boca e descamação no corpo, estando nestes casos sujeitos à doença.


Foto: www.flippersandfins.net/flexibacter.htm

Tratamento: a) Terramicina 500 mg /40-50 litros de água, em banho de 24 a 48 horas.
b)Tripaflavina 2 mg /25 L de água em banhos de 24 horas

Buraco na Cabeça (Hole-in-Head)



Foto: Georgetown.edu

Agente etiológico: Hexamita sp.
Fisiopatologia: Nos estágios iniciais da doença, o peixe apresenta um quadro geral de desnutrição e fraqueza geral (caquexia), gastroenterite e peritonite.
Em peixes ornamentais é muito comum a manifestação da doença associada a outros parasitas ou agentes patogênicos oportunistas, como bactérias, particularmente devido à queda das defesas do peixe. As características gerais são a despigmentação de áreas, quase sempre nas regiões ao lado da cabeça, e/ou o surgimento de pequenos orifícios, geralmente muito pequenos e rasos em suas fases iniciais, via de regra próximos ou sobre a linha lateral que se extende na cabeça do peixe. Esses orifícios costumam aparecer, inicialmente, agrupados, pouco profundos, e às vezes já com alguma formação pustulenta visível em seu interior, mas ainda interno à ferida (não há projeções / "corrimento").
Muitas vezes se manifesta de forma simétrica na cabeça e/ou na linha lateral (geralmente também em sua extensão na cabeça) do peixe. Podem ainda ocorrer próximos aos olhos, geralmente acima ou abaixo desses. A moléstia, ao avançar, passa dos sintomas iniciais a apresentar verdadeiros "buracos" - daí o nome popular da moléstia. Nesse estágio, quase sempre ocorre também verificação da presença, em maior ou menor grau, de substância esbranquiçada semelhante a pus preenchendo os "buracos", ou mesmo projetando-se deles -- sob forma "cilíndrica", "de linha", ou na forma de "glóbulos superpostos" (como uma "couve-flor") ou forma "esponjosa". Essa substância é tida, por alguns pesquisadores, como altamente infectante, já que em sua visão prováveis patógenos causadores da doença (p. ex., Spironucleus / Hexamita) estariam contidos nessa substância.
Os "buracos" tendem a continuar aumentando ainda mais de tamanho e profundidade, produzindo feridas verdadeiramente grandes (crateriformes), e sempre à mercê de infecções secundárias por bactérias, fungos ou protozoários. Muitas vezes são essas próprias infecções secundárias que acabam por matar o peixe.


Foto : Fish Tropical

Foto : Fish Tropical
Tratamento: a) Metronidazol (Flagyl / 400mg).250mg /100 g de alimento em pasta ou vivo, 2 X ao
dia, por 10 dias.
b) Sempre que o peixe tolerar temperaturas mais altas, a mesma deve sempre ser
lentamente aumentada até 32°C ou o mais próximo possível disso (o máximo
tolerado pela espécie), pois com temperaturas menores que 31°C dificilmente
qualquer tratamento funcionará.
c) Antissépticos e/ou de antibióticos (mercúrio-cromo, Rifocina spray ®, Povidine ®,
Betadine ®, Permanganato de Potássio) se faz quase sempre necessário nesses
casos.

Ascite Infecciosa (Hidropsia)



Foto: ESG.Montana.edu

Agente etiológico: Aeromonas punctatus
Fisiopatologia: Conjunto de sintomas e sinais que surgem no decorrer de certas doenças. Ocorre quando há retenção de líquidos na cavidade abdominal, músculos e pele dos peixes, com consequências para todos os seus orgãos. Quando isto ocorre, o nível de proteínas do sangue diminui muito, o sangue se dilui, fica aquoso. Ocorre insuficência renal e cardíaca. Ele não consegue eliminar água de seu organismo. Incha. As escamas, que estão presas a ele só por uma parte, se levantam, eriçam. Ocorrem lesões nas guelras, intestinos, etc.
Período de incubação: 4 a 8 dias.
Doença comum em ciprinídeos e rara em peixes tropicais. A mortalidade dos doentes é de 30 a 40%.


Foto: JBL.de

Tratamento: a) Injeções de cloromicetina: 0,1 mg/ 10g de peso vivo
estreptomicina: 1 mg / 50g de peso vivo
b) Phenoxethol: 10 a 20 ml de solução a 1% por litro, colocada aos poucos, por 24
horas.
c) Sal grosso : 1 colher de sopa/10 litros de agua.
d) Aureomicina (clorotetraciclina) 250 mg / 20 L de água durante 3 dias.
e) Terramicina (oxitetraciclina) 50 mg / litro de água em banhos de 24 a 72 horas.

Quilodonelose



Foto: Cesdonbosco.com

Agente etiológico: Chilodonella cypprini Moroff
Fisiopatologia: O agente mede cerca de 60 micra de comprimento por 45 micra de largura. Sua forma é oval. Este parasita ciliado, que produz opacidade branco-azulada, parece alimentar-se de células epidérmicas destruídas e de células do epitélio branquial dos peixes. Os indivíduos infestados nadam e respiram com dificuldade, roçando-se contra o fundo de areia a fim de livrar-se dos parasitos. Este parasito se transmite por contágio direto de peixe a peixe. Se o peixe morre, a Chilodonella abandona-o rapidamente. Este ciliado parasita pele e tecidos, portanto é um ectoparasito puro, sendo considerado parasita da debilidade. Sua multiplicação é imensa e ataca somente peixes débeis.


Fonte : JBL.de

Tratamento: a) Banho de tripaflavina por 24 horas (com esta medicação, o parasita morre em 10
horas).
b) Elevar a temperatura da água para 28ºC.

Oodinose (Doença do Veludo)



Fonte : zoowelke.de

Agente etiológico: Oodinium pillularis
Fisiopatologia: O contágio é direto, por uma forma flagelada infectante de seu ciclo de vida que pode deslocar-se ativamente a procura de um novo hospedeiro.
Os sinais clínicos da doença do veludo, inicialmente são inespecíficos onde o peixe apresenta irritação cutânea, aumento da produção de muco e distúrbios natatórios. Quando a parasitose torna-se mais intensa surgem manchas brilhantes acastanhadas na superfície do corpo assemelhando-se ao veludo. Neste estágio os peixes já apresentam disfunção respiratória, congestão e hiperplasia branquial. Estágios agônicos com peixes indo ao fundo com o ventre para cima e nados em rodopio sucedem a fase de disfunção respiratória e nenhum tratamento pode reverter o quadro.
É extremamente perigosa para os peixes pequenos, principalmente para os caracídeos (Neon, Rodóstomus, etc.), podendo "devastar" um aquário em menos de 6 horas.


Foto: Aquaspider.de

Tratamento: a) Azoo anti-oodinium.
b) Banhos demorados de tripaflavina.
c) Azul de metileno 2 gotas 5% / 5 L de água , durante 5 dias.
d) Elevação da temperatura a 30º C e escurecimento total do ambiente.
e) Retirar as plantas e todos os objetos do aquário.


16) Plistoforose (Doença dos neons)

Fonte : Teriguna.nl

Agente etiológico: Plistophora hyphessobryconis
Fisiopatologia: Ataca principalmente os neons tetra e outros peixes como os paulistinhas e o espada. O peixe apresenta perda de apetite, nada sem parar (inclusive à noite) .Fica muito agoniado. Nada em posição anormal (oblíqua).Apresenta descoloração, como nos casos do neon tetra e do cardinal, nos quais começa como manchas que se estendem até atingir sua faixa fosforescente. Fica separado do cardume .Emagrece, ficando desbarrigado. Há endurecimento e destruição dos tecidos. Ataca os rins.


Foto: Ikanbettah

Tratamento: a) Não há tratamento específico. A cura é difícil.
b) Pode-se tentar banho em solução de 2,5g de euflavina ou 2g de azul de metileno
para 100 L de água, durante 15 dias.